Respirando outros ares: Quando encontrei meu eu

Oi gente!
Hoje eu trago uma coisa bem diferente do que eu costumo trazer. Eu trouxe uma crônica minha, vou logo avisando que não sou cronista, foi só uma tentativa. Mas resolvi postar aqui pra vocês. Sejam beeeeeem críticos e digam se gostarem.
Então, bora ver?



                                              Quando encontrei meu eu

Tinha faltado a luz, nem me dei o trabalho de acender umas duas ou três velas que sempre guardo, apenas fiquei no sofá da sala, no escuro, no silêncio. Era um sossego, pensei, fazia tempo que não tinha esses momentos de “nada”, cursava medicina e 24 horas eram poucas para tanto conhecimento que deveria adquirir.  Mas ainda assim, eu fiquei ali no sofá, deitado, meus olhos estavam abertos, era engraçado ver o nada. Porém, depois de uns minutos de observação do vazio, me dei conta que esse vazio ia bem mais além da queda de energia em meu bairro, dentro de mim havia um vazio, o escuro, a ausência; eu vivia, mas era como se não vivesse. Enquanto refletia sobre minha condição humana, tentei entender quando foi que me perdi, quis atribuir isso a, por muitas vezes, fria Medicina. Ciência movida só por fatos, mas logo excluí o pensamento, os que cursavam exatas deveriam ser bem mais frios, pois os médicos ao menos estudaram para proporcionar o bem-estar alheio, muitas vezes movido pelo dinheiro, mas ainda assim estavam servindo ao próximo.  Depois disso quis dormir, tive a sensação de ter pensado demais nisso, meu tempo não devia ser destinado a bobagens!
Fechei os olhos e tentei sonhar com coisas bonitas para preencher a escuridão que tomava até a mente, pensei em “colorir” aquele vazio como nos sonhos infantis: borboletas, arco-íris, grama verdinha, pessoas felizes, bichinhos bonitinhos, fadas, duendes, e toda a imaginação que teria uma criança. Mas eu não era criança, e minha tentativa de sonho se tornou em pesadelo, minhas borboletas eram corvos, arco-íris agora era formado de um cinza quase branco com preto, a grama verde agora era uma lama nojenta, as pessoas tristes, os bichinhos bonitinhos, as fadas e duendes eram seres feios e maus. Abri meus olhos, nada vi, e isso meu deu medo. Então eu pensei: meu Deus! Sou eu, eu sou podre, sua pura podridão, sou feito coisa em decomposição, sou feio! Então eu chorei, porque nesses momentos de desespero e amargura a única coisa que sabemos fazer é chorar, chorei a noite toda, acho que despejei minha podridão em lágrimas. No outro dia era o mesmo e ninguém nunca soube daquela noite, agora quando tem queda de energia a primeira coisa que faço é acender as velas, tenho medo de ter outro encontro comigo mesmo, com meu lado escuro.  Era melhor viver sem minha identidade, ela era feia. Acho que a de todo mundo é. 

Então galera, é isso. Espero que tenham gostado e até o próximo post!

4 comentários:

  1. ADOREI , sério , de verdade eu amei a cronica tava pensando um dia desses exatamente isso, se eu estou louca ou no fundo todos somos podres e as vezes tendenciosos para o mal.
    Parabéns, continue com as crônicas dou o maior apoio e com certeza irei vim mais vezes aqui *-*
    Um beijão linda
    http://www.papoliterario.com/

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    1. AAAAAAAAAAAAAAAAH mabrassa! ^^
      Você não sabe o tamanho da minha felicidade nesse exato momento, é muito bom ouvir esses comentários incentivadores, sabe?
      Ei, eu espero que não seja só para me agradar hein? haha
      Beijãão e obrigada pela visita!

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  2. Amei sua crônica, já pode escrever outras e postar, viu? haha. Seu blog é muito lindo, parabéns. E obrigada pelo carinho lá no meu blog, beijos.
    missliterary.blogspot.com.br

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    1. Oooh Lari! <3
      Obrigaaada, haha.
      Vou tentar... Não é sempre que vem esses acessos de criatividade.
      Por nada, o seu também é! Beijoca.

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